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segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Ansiedade é tão ou mais prejudicial quanto a depressão pós-parto - By Priscila Troitino - Psicóloga

 
Aos 08 meses de gestação leio e releio todas as matérias e informações que aparecem na net sobre o final da gestação e o tão sonhado momento do parto e pós parto. Quão grande foi o susto que tomei ao ler uma matéria na revista “Isto É” intitulada: “Tão perigosa quanto à depressão pós-parto”. A matéria fala sobre o perigo da ansiedade em novas mães.
 
Humm..ansiosa? Eu? Imagina...
 
Segundo a matéria, uma pesquisa recente avaliou 1.100 parturientes acompanhadas por seis meses. O estudo era para detectar os níveis de depressão pós parto, mas foi percebido que quase 20% dessas novas mamães apresentavam grandes sinais de ansiedade, muito mais do que a depressão em si que aparece em 6% das novas mães... A pesquisa menciona que a ansiedade pode inibir a ocitocina, hormônio que auxilia o processo de liberação do leite materno. Quando isso ocorre o bebê passa a ser mais exigido e faz um maior esforço para sugar. Esse esforço pode desencadear no cérebro da mãe uma mensagem de que a quantidade de leite é insuficiente, produzindo – desta forma – menos leite de fato e gerando mais ansiedade na mãe ao sentir que a criança não está se alimentando na quantidade certa...Essa ansiedade tende a desaparecer em até 06 semanas após o parto, mas se isso não ocorrer, é hora de conversar com o médico para verificar alternativas de controlar a ansiedade. Um dos comportamentos que a ansiedade pós-parto desencadeia é a necessidade constante da mãe de verificar se o bebê está respirando ou se caiu do berço. Na psicologia chamamos, comumente, alguns tipos de comportamentos similares como comportamentos obsessivos compulsivos que, em alguns casos podem desenvolver o TOC – Transtorno Obsessivo Compulsivo... O suporte de alguém mais experiente ajuda muito nesse momento de vida tão delicado. Quando a nova mãe percebe que os sintomas não passam e que a ansiedade aparece acompanhada de outros sintomas (calafrios, taquicardia, tremor) é importante procurar ajuda. Muitas vezes a psicoterapia pode ajudar... Após o primeiro susto ao ler a matéria, fui refletir o quanto o período gestacional é recheado de diversas ansiedades. O quarto do bebê que parece nunca estar pronto, as mudanças do corpo, a expectativa de saber – a cada exame – se tudo está correndo bem e, por fim, a responsabilidade que recai sobre a mãe de dar conta, do novo bebê, do marido que pede atenção, da casa, da amamentação... será que é possível não ficar ansiosa?... Digo que na minha experiência foi e é quase impossível não estar ansiosa. Primeira gravidez numa cidade nova (nova antiga, pois já tinha morado em SP antes), com troca de médico ao 6º mês de gestação, com apartamento novo que os armários não chegam nunca (mas chegarão antes do neném... promessa da fábrica), emprego novo e a exigência da grávida perfeccionista de dar conta de tudo. No meu caso a minha maior ansiedade é amamentar. Amamentar e dar conta do recado, do neném, do marido, da casa nova que não fica pronta e, por consequência não permite que o quarto do neném fique pronto... Depois de ler a matéria fiquei com a certeza de que o melhor remédio é respirar fundo, agradecer por estar tudo bem com o neném e saber que é impossível dar conta de tudo. Muito provavelmente a casa não ficará pronta a tempo, o quarto do neném também não e a amamentação terá dificuldades – como em qualquer caso. Por fim, continuo respirando na tentativa de não ficar tão ansiosa assim.
 
Fonte: http://www.mjornal.com.br/fundacao/integra.asp?Codigo=149731
ISTOÉ, pagina 68.

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