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quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Entendendo sobre o broncoespasmo - By Mariana Saraiva - Fisioterapeuta Pediátrica

Nosso pequeno Rafael teve pneumonia com 2 meses e meio... de lá para cá não tivemos mais paz com o sistema respiratório do nosso pequeno... diagnóstico broncoespasmo... para entendermos um pouco mais sobre isso, a Tia Mari, que além de ser colaboradora do Pirando na Maternidade, também é a fisioterapeuta do Arthur e do Rafael,  vai nos explicar o que deve ser observado e as medidas a serem tomadas caso nossos pequenos apresentem as seguintes características:
 
CHIADO NO PEITO =  BRONCOESPASMO = SIBILÂNCIA
 
 
Crianças menores de dois anos que apresentam quadro de sibilância contínua (chiado no peito contínuo) há pelo menos um mês ou, no mínimo, 3 episódios de sibilos (chiado) em um período de 2 meses são chamados Lactentes ou Bebês Chiadores. A asma é uma entre as várias causas de chiado no peito nesta faixa etária.

Em menores de 5 anos, a asma pode ser confundida com outras doenças, essa dificuldade no diagnóstico, associada à falta de instrumentos padronizados para verificar sua prevalência (ocorrência) em pré-escolares e escolares, resulta na falta de dados sobre a doença em crianças de baixa idade. Daí a importância da criança ser avaliada pelo especialista, alergista ou pneumologista infantil.
 
Muitas crianças apresentam sintomas de obstrução brônquica antes dos 5 anos, principalmente sibilos (chiado) e tosse. Estudos mostram que a maioria dos bebês apresenta pelo menos um episódio de chiado no peito no primeiro ano de vida, uma parcela menor pode ter três ou mais episódios, com ocorrência maior em países em desenvolvimento.

Metade das crianças que chiam no início da vida deixa de fazê-lo aos cinco ou seis anos de idade, são os chamados Sibilantes Transitórios, nos quais existe relação com a redução do calibre (diâmetro) das vias aéreas, causados por: infecções virais, fumo materno, poluição, fatores genéticos e prematuridade. Nesse grupo não há história familiar ou pessoal de alergia.  Elas nascem com uma função pulmonar reduzida quando comparadas às que nunca chiaram.

Há um segundo grupo, também de início precoce, mas que persiste com os sintomas após os três anos de idade, nos quais o teste alérgico é positivo, são os Sibilantes Persistentes Alérgicos. Esses pacientes têm alergia e devem ser tratados pelo alergista ou pneumologista infantil.

O terceiro grupo, chamado Sibilantes Tardios, estes apresentam chiado no peito recorrente de início tardio, mas com tendência ao desaparecimento na pré-adolescência. Essas crianças não apresentam história familiar ou pessoal de alergia, por isso são também chamados, Sibilantes não Alérgicos Persistentes. Infecções respiratórias são os principais desencadeantes dos sintomas nesses pacientes.

O risco de desenvolver chiado no peito no início da vida está aumentado no sexo masculino, nas crianças que frequentam creches, que são expostas a fumaça de cigarro e poluição, que têm contato com altos níveis de toxinas e de alérgenos no ar ambiente, como ácaro, baratas e pelos de animais.

Os fatores associados a chiado no peito recorrente são resultantes da interação gene-ambiente. Este é um problema comum nesta idade e é responsável por um grande número de internações e às vezes de tratamento em sala de emergência.

A prevenção da asma no lactente consiste em evitar tudo que possa sensibilizar a criança, ou seja, o fumo em casa e o controle dos alérgenos do ambiente doméstico. A amamentação exclusiva até os 6 meses de idade também ajuda na prevenção da asma.

Quando a criança tem outros sintomas da alergia como dermatite atópica, rinite alérgica, conjuntivite alérgica ou alergia alimentar, existe um potencial para o bebê chiador ser considerado asmático. E nesse caso deverá fazer acompanhamento com o especialista na área da alergia infantil, da pneumolgia infantil, podendo mesmo necessitar de avaliações da oftalmologia ou da dermatologia.

Fonte: Artigo de revisão do Jornal de Pediatria 2010 - Dr. Herberto José Chong Neto e Nelson Augusto Rosário.

A importância de se investigar os pacientes com sibilância recorrente é por terem risco elevado de desenvolverem asma persistente ao atingirem a adolescência, sobretudo se atópicos pois têm maior probabilidade. Além disso, a intensidade dos sintomas de asma durante os dois primeiros anos de vida está fortemente relacionada ao seu prognóstico tardio. Assim, a identificação dos diferentes fenótipos de sibilância e a sua expressão futura de asma tem sido objeto de estudo por muitos pesquisadores.

Fonte: J. bras. pneumol. vol.34 no.6 São Paulo June 2008

O Broncoespasmo, comumente conhecido como chiado no peito ou sibilo, pode ser definido como uma diminuição do calibre de uma parte das vias respiratórias, chamadas de brônquios, fazendo com que haja uma menor quantidade de ar nos pulmões.

Nas crianças, o broncoespasmo é um quadro característico da bronquite aguda e da asma e pode estar associado a sintomas de falta de ar, tosse seca e dor torácica. O tratamento varia de acordo com a gravidade do quadro, e pode envolver o uso de medicamentos como broncodilatadores, corticóides e eventualmente antibióticos, além de oxigênio e fisioterapia.

A Broncopneumonia, por sua vez, é uma infecção que inicia nos brônquios e bronquíolos, comprometendo os alvéolos através de uma reação inflamatória purulenta que acaba obstruindo os pulmões com secreção, podendo ser causada por bactérias ou vírus. Os sintomas apresentados podem ser dores de cabeça, de garganta e no corpo, mal-estar, febre, falta de ar, corrimento nasal e tosse, inicialmente seca evoluindo para produtiva. O seu tratamento envolve o uso de antibióticos, anti-inflamatórios, antitérmicos e fisioterapia.

O tratamento fisioterapêutico envolve o uso de várias técnicas desobstrutivas e incentivadoras a fim de melhorar a eliminação de secreções e de diminuir o esforço respiratório. Torna-se de grande importância, portanto, a compreensão dos mecanismos do broncoespasmo e da broncopneumonia para a escolha, por parte do fisioterapeuta, da melhor linha de tratamento a ser utilizada.
 

Fonte: Rodrigo Greenfield. – Setor Fisioterapia Hospital Infantil Waldemar Monastier
 
 

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